Natal tem 69,56 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, segundo dados de 2016. No geral, a capital potiguar é 10ª em uma lista de 50 cidades.
Na décima posição em ranking de ONG mexicana, Natal é a cidade mais violenta do Brasil (Foto: Canindé Soares) |
A capital potiguar é a 10ª cidade mais violenta do mundo. É o que revela um ranking elaborado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. A lista, que possui 50 cidades, inclui 19 cidades brasileiras. Destas, Natal é a primeira, com 69,56 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Belém e Aracaju aparecem em seguida, como as cidades brasileiras mais violentas. Os dados são referentes a 2016.
"Das 50 cidades da lista, 19 estão no Brasil, 8 no México, 7 na Venezuela, 4 nos Estados Unidos, 4 na Colômbia, 3 na África do Sul, 2 em Honduras, 1 em El Salvador, 1 na Guatemala e 1 na Jamaica", afirmou a ONG.
A lista inclui ainda Feira de Santana (15º), Vitória da Conquista (16º), Campos dos Goytacazes (19º), Salvador (20º), Maceió (25º), Recife (28º), João Pessoa (29º), São Luís (33º), Fortaleza (35º), Teresina (38º), Cuiabá (39º), Goiânia (42º), Macapá (45º), Manaus (46º), Vitória (47º) e Curitiba (49º).
2017
Não são apenas os números de 2016 que preocupam. Em 2017, a violência segue desenfreada no Rio Grande do Norte. De 1º de janeiro até 2 de abril, foram contabilizados 622 homicídios no estado - uma média de um assassinato a cada três horas e meia. De acordo com o Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO), é o maior índice de violência já registrado na história do estado. Ainda segundo o instituto, estes números representam um aumento de 28,78% no número de assassinatos em comparação com igual período de 2016, quando 483 pessoas foram vítimas de crimes letais intencionais.
Medidas governamentais
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Caio Bezerra, afirmou que a quantidade homicídios no Rio Grande do Norte vai diminuir. "Nós vamos reduzir esses números. Inclusive, observamos uma diminuição em março, em relação ao mês de fevereiro", declarou. Em nota oficial, a Sesed listou medidas que já foram tomadas para diminuir os índices de violência:
"A Sesed fortaleceu a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Foi elevada em 20%
a capacidade do sistema Guardião, responsável pelas interceptações telefônicas,
contribuindo diretamente no trabalho do setor de inteligência da Sesed e investigações da Polícia
Civil. O Plano Nacional de Segurança, que tem como objetivo reduzir os índices
de homicídios dolosos, conta em Natal com 120 policiais no trabalho ostensivo
das ruas e ainda os peritos criminais e a polícia investigativa colaborando na
elucidação dos casos junto à DHPP."
Caio Bezerra atribuiu a
maioria dos assassinatos ao tráfico de drogas. De acordo com ele, entre 65% e
70% são crimes relacionados de alguma forma ao tráfico. "Essas são
informações a partir de investigações oficiais em locais de crime. Não é que
estejamos usando isso como desculpa, mas precisamos observar esses dados até
para termos um diagnóstico e focarmos no problema".
O secretário falou que,
pelos dados oficiais da Sesed, até o dia 31 de março deste ano foram 599 crimes letais de
violência intencional. Caio Bezerra disse ainda que não contesta os dados do
OBVIO, que faz levantamento estatísticos de CLVIs no estado, e aponta, até esta quinta-feira (6), 642 homicídios no
Rio Grande do Norte. A Sesed ressalta também que os dados se referem, além de Natal, a outras
13 cidades da região metropolitana da capital, tais como São Gonçalo do
Amarante, Parnamirim e Ceará-Mirim.
Ranking Mundial
Ainda sobre o ranking da
ONG mexicana, com 130,35 homicídios por 100 mil habitantes, Caracas, na
Venezuela, aparece no topo da lista das cidades mais violentas do mundo. Em
seguida vem Acapulco, no México, e San Pedro Sula, em Honduras. Ainda de acordo
com a ONG, a repetição da posição da capital venezuelana por dois anos seguidos
confirma a crise criminal no país.
Em relação a 2015, duas
cidades brasileiras deixaram o ranking no ano passado: Porto Alegre e Campina
Grande.
Segundo a ONG, os níveis de
violência na América Latina não são uma surpresa e refletem a impunidade. No
Brasil, ela atinge 92% dos homicídios, na Venezuela, El Salvador e em Honduras,
chega a 95%.
A lista da ONG é baseada no
número de homicídios por 100 mil habitantes e analisa municípios com mais de
300 mil habitantes.
Caracas (Venezuela) –
130,35 homicídios/100 mil habitantes
Acapulco (México) – 113,24
San Pedro Sula (Honduras) –
112,09
Distrito Central (Honduras)
– 85,09
Victoria (México) – 84,67
Maturín (Venezuela) – 84,21
San Salvador (El Salvador)
– 83,39
Ciudad Guayana (Venezuela) –
82,84
Valencia (Venezuela) –
72,02
Natal (Brasil) – 69,56
Belém (Brasil) – 67,41
Aracaju (Brasil) – 62,76
Cape Town (África do Sul) –
60,77
St. Louis (EUA) – 60,37
Feira de Santana (Brasil) –
60,23
Vitória da Conquista
(Brasil) – 60,10
Barquisimeto (Venezuela) –
59,38
Cumaná (Venezuela) – 59,31
Campos dos Goytacazes
(Brasil) – 56,45
Salvador e RMS (Brasil) –
54,71
Cali (Colômbia) – 54,00
Tijuana (México) – 53,06
Guatemala (Guatemala) –
52,73
Culiacán (México) – 51,81
Maceió (Brasil) – 51,78
Baltimore (EUA) – 51,14
Mazatlán (México) – 48,75
Recife (Brasil) – 47,89
João Pessoa (Brasil) –
47,57
Gran Barcelona (Venezuela) –
46,86
Palmira (Colômbia) – 46,30
Kingston (Jamaica) – 45,43
São Luís (Brasil) – 45,41
New Orleans (EUA) – 45,17
Fortaleza (Brasil) – 44,98
Detroit (EUA) – 44,60
Juárez (México) – 43,63
Teresina (Brasil) – 42,84
Cuiabá (Brasil) – 42,61
Chihuahua (México) – 42,02
Obregón (México) – 40,95
Goiânia e Aparecida de
Goiânia (Brasil) – 39,48
Nelson Mandela Bay (África do Sul) – 39,19
Armenia (Colômbia) – 38,54
Macapá (Brasil) – 38,45
Manaus (Brasil) – 38,25
Vitória (Brasil) – 37,54
Cúcuta (Colômbia) – 37,00
Curitiba (Brasil) – 34,92
Durban (África do Sul) –
34,43
G1RN
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