JUMENTOS SERÃO ABATIDOS E SUA CARNE VENDIDA PARA CONSUMO HUMANO |
O primeiro frigorífico com inspeção federal especializado no abate de jumentos no Brasil deve ser instalado no Rio Grande do Norte. Formada por empresários e produtores locais, a GBI Agronegócios e Comércio Ltda pretende instalar o matadouro em Felipe Guerra, na Chapada do Apodi.
O abate de jumentos é apontado como uma saída para reduzir o grande número do animal que já foi considerado motor da economia do Nordeste, mas que tem sido deixado de lado desde que as vendas dos automóveis, principalmente de motocicletas, se popularizaram.
“Como não temos o hábito de ingerir a carne do jumento, a produção é destinada ao Oriente, sobretudo a China”, explicou Geraldo Marcelino Carneiro Rego, da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Rio Grande do Norte, ao jornal O Globo.
Além da produção da carne, que é considerada rica em proteínas, o projeto prevê o aproveitamento do couro e do leite de jumenta, tido como de excelente qualidade. A expectativa da GBI é de iniciar a venda para a China já em 2018.
Origem do produto
Os animais que serão abatidos devem ser capturados das ruas. Para isso, a empresa, conforme a publicação, já firma parcerias com prefeituras e órgãos estaduais. Os animais, depois de pegos, são deixados em quarentena, onde são avaliados e vermifugados.
“Rodovia não é lugar para se ter animal. A expectativa de vida na estrada é baixíssima. Há incremento de moscas nesta época de chuva. Moscas varejeiras pousam nas feridas do animal. Dá bicheira. Você vê o animal ser comido vivo”, defende o promotor Silvio Brito, que causou polêmica ao promover um churrasco com a carne do animal.
Divergência
A coordenadora da Defesa da Natureza e dos Animais (DNA) de Mossoró, Kátia Regina Lopes, teme pela extinção do jumento.
Ao O Globo, ela contou que: “De acordo com o IBGE, a população (de jumentos) está decaindo. Se não fizermos nada e continuar assim, em dez a 20 anos, ocorrerá a extinção. Se houver o início do abate, em dois ou três anos o jumento nordestino será extinto”.
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